Uma pesquisa da Universidade de Baylor, nos Estados Unidos, confirmou que os celulares são prejudiciais aos relacionamentos amorosos e que eles podem levar a certos níveis de depressão.

Os professores James A. Roberts e Meredith David, do departamento de marketing da universidade, publicaram o estudo “Minha vida tornou-se uma grande distracção para meu telefone celular: Phubbing e satisfação com o relacionamento entre parceiros românticos” no diário científico “Computers in Human Behavior”.

Para o estudo feito nos EUA, os pesquisadores conduziram dois levantamentos separados, com um total de 453 participantes adultos, com a intenção de entender os efeitos do “Pphubbing” — o “Snubbing” entre parceiros. A pesquisa define “Pphubbing” como o hábito de utilizar o celular enquanto se está na companhia de seu parceiro de relacionamento.

 Descobrimos que, quando alguém percebe que seu parceiro está deixando-o de lado para ficar no celular, isso cria conflitos e leva a níveis mais baixos de satisfação com o relacionamento — explica Roberts. Esses níveis mais baixos de satisfação com o relacionamento, por sua vez, levam a níveis mais baixos de satisfação com a vida e, finalmente, os níveis mais elevados de depressão.

A primeira investigação, feita com 308 adultos, ajudou Roberts e David a desenvolverem uma “escala de Pphubbing”, com nove hábitos comuns para usuários de smartphones que os próprios participantes do estudo identificaram como “comportamentos esnobes”. Entre as reclamações mais comuns estão: “Meu parceiro coloca o seu celular onde ele pode vê-lo quando estamos juntos” ou “Meu parceiro checa a tela do celular enquanto fala comigo”.

Já a segunda rodada da pesquisa, feita com 145 adultos, mediu o nível de “Pphubbing” entre os casais. Nessa fase, os participantes responderam à escala de nove itens desenvolvida na primeira parte do levantamento.

Outros critérios também foram medidos na segunda fase da pesquisa, como conflitos causados pelo celular, a satisfação no relacionamento, satisfação com a vida, depressão e o tipo de ligação entre os parceiros — por exemplo, a “ligação ansiosa”, que descreve as pessoas que são menos seguras em seu relacionamento.

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Os resultados mostraram que 46,3% dos participantes costumam ser “ignorados” por seus parceiros. Já 22,6% disseram que o “Pphubbing” causa conflitos em suas relações, e 36,6% afirmaram que se sentem depressivos parte do tempo. No total, apenas 32% dos entrevistados afirmaram que estavam muito satisfeitos com seus relacionamentos.

Nas interacções diárias com seus parceiros, as pessoas muitas vezes presumem que as distracções momentâneas com seus telefones celulares não são uma grande coisa — comenta Meredith. No entanto, nossos resultados sugerem que quanto mais o casal é interrompido pelo celular, menos provável é que o outro indivíduo esteja satisfeito no relacionamento.

O Globo