Dança Xigubo

É uma dança tradicional moçambicana e que representa a resistência colonial do país sobretudo na região sul. Maioritariamente praticada nas regiões interiores de Gaza e Maputo, a dança tem poucos praticantes ao nível das cidades.

Xigubo

Dança Mapiko

Dança Mapiko

É uma dança originária da comunidade makonde, e é sem dúvida, a dança mais conhecida e mais divulgada em toda a província de Cabo Delgado e até mesmo em todo país. A sua difusão chega a ultrapassar as fronteiras nacionais.

O mapiko, é uma das principais danças tradicionais makonde, é praticado nos ritos de iniciação e cumpri a função lúgubre, em caso de morte de um membro do grupo ou da comunidade. Pratica-se também em algumas cerimónias de investidura de chefes clânico-linhageiros (vahumu).

O elemento central do mapiko é o lipiko, dançarino principal, este deve estar, necessariamente, envolto em panos e mascarado. A máscara, tanto pode representar figuras de animais (coelho, leão, cão, leopardo, hiena), como também pode representar uma figura humana, que simboliza o espírito de um defunto a ser invocado. Da cintura para cima todo corpo do dançarino fica coberto de guizos.

A dança inicia com o tocar do batuque, likuti, e é acompanhada por um coro formado pela assistência, que se dispõe de modo a formar um corredor por onde deve passar o lipiko. Na extremidade, surge o dançarino que, à grande velocidade, entra no recinto de dança e se atira contra o muro formado pela assistência, que recua assustada. O coro canta e dialoga, através de gestos, com o lipiko.

Dança Lingundumbwe

Dança Lingundumbwe

É uma versão feminina do mapiko, sendo a bailarina principal a mulher. Ela tanto pode ser adulta como adolescente. Aliás, o habitual tem sido uma rapariga adolescente, capaz de executar os movimentos com maior vigorosidade.

Para bailar no terreiro da aldeia, ou em qualquer outro recinto, ela é completamente coberta de panos da cabeça aos pés. Estes panos cruzam o tronco, partindo das espáduas até a cintura. A este nível é colocada uma capulana, localmente designada por inguvo ya magombe. Outras capulanas são dobradas várias vezes e enroladas nos braços e nas pernas da dançarina. Na execução da dança, essas capulanas abanam, acompanhando os movimentos rápidos, para trás e para frente, da jovem dançarina.
Na encenação, a bailarina segura nas mãos um ou dois lenços e um pequeno machado ou enxada. Na falta destes objectos, ela pode pegar na mão uma simples vara. Quando dança, o tronco da bailarina inclina-se ligeriramente para frente, dobrando sobre os rins, com os braços estendidos para os lados e para a frente, levemente curvados. Nessa posição, move-se em pequenos passos, abanando o tronco ao ritmo do batuque.

A dança tem lugar no lipanda, local onde decorrem as cerimónias de iniciação feminina. Todavia, a prática do lingundumbwe tornou-se de tal modo livre que toda a gente pode conhecer a mulher mascarada. Esta dança é a mis característica dos ritos femeninos, constituindo o principal divertimento das iniciadas, do primeiro ao último dia.

Os instrumentos do lingundumbwe compreendem um batuque principal (ntoji) e dois auxiliares, sendo umligoma e o outro o likuti.

A orquestra instrumental da dança é assegurada por homens. A presença masculina, á semelhança do que acontece com a maior parte das danças femininas, não só visa garantir o manejo dos instrumentos, como também serve para assegurar a protecção dos instrumentos, como também serve para assegurar a protecção dos respectivos agrupamentos, sobretudo em caso de deslocações.

A dança Tahura

Considerada muito antiga pelos habitantes de Nanhupu, em Montepuez. Em língua makhuwa, tahura quer dizer “batuque grande”.

Participam na dança homens e mulheres adultos, que usam um pano preto cingido em forma de saia, uma camisola interior, um lenço branco e um cinto. Nas pernas, os dançarinos amarram chocalhos que, com o bater dos pés no chão, produzem um som. Dispõem-se em círculo, empunhando objectos como machadinhos, enxadas ou paus. Esta dança é praticada à noite, em cerimoniais fúnebres, ritos de iniciação e no período de colheitas.

Para assinalar este período, o chefe da aldeia organiza a recolhe de produtos para a confecção de otheka, um tipo de cerveja de fabrico caseiro. Bebe-se e dança-se toda noite, como forma de expressar alegria pelas colheitas conseguidas. Esta é também uma forma de manifestar agradecimento aos espíritos por terem proporcionado boas colheitas.

Os instrumentos são compostos por quatro tios de batuques: um tahura grande, um likuti, um nikoni e um ntxuntxu. As canções retratam, essencialmente, o dia-a-dia da vida social e económica da comunidade.

Dança Tamadune

É uma dança feminina. Os homens apenas participam como instrumentistas. A esta dança foi atribuído o nome de tamadune em honra de uma mulher makhonde, co-fundadora do grupo cultural, que era assim chamada.

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É praticada por ocasião da recepção dos recém-iniciados, rapazes ou raparigas, e também em dias festivos. Não possui nenhum traje específico e, para a sua execução, as dançarinas formam um círculo, destacando-se duas a duas para o meio da roda.

Usa-se, como instrumentos, seis batuques: um ntodje, três makuti e dois três magoma. As canções entoadas evocam alguns acontecimentos importantes da comunidade e factos ligados à Luta de Libertação Nacional, como é o caso do Massacre de Mueda.

Dança Tufo

Dança Tufo

É uma dança de origem árabe, ligada à religião muçulumana, que pode ser praticada em cerimónias, festas e datas específicas do calendário islâmico. Ela tornou-se vulgar na região nortenha do país, mais precisamente, no litoral das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia. É uma dança essencialmente feminina, na qual os homens apenas participam como instrumentistas. Todavia, há casos em que os grupos são compostos só por mulheres.

Participam na dança principalmente mulheres adultas. No momento da actuação elas apresentam-se, habitualmente, maquilhadas e com o rosto pintado de mussiro, um produto cosmético natural, que trata a pele feminina e empresta as mulheres um ar singular. Entre as dançarinas do tufo é estabelecida uma hierarquia, com a designação de uma rainha. Um dos critérios adoptados para a sua escolha é a graciosidade e beleza das linhas do rosto e do corpo, assimtomadas para simbolizar a feminidade da mulher makhuwa.

Na dança tufo, o rigor no traje e nos adornos são fundamentais. As mulheres e as raparigas usam um uniforme formado por capulana, blusa e lenço, quase sempre de cores garridas. As capulanas são amarradas à cintura, uma por cima da outra, cobrindo as pernas.

Dança Nhau

Dança Nhau

A Dança Nyau foi certificada pela Organização das Nações Unida para Educação Ciência e Cultura (UNESCO) em Novembro de 2005,como .uma obra-prima do património oral e intangível da humanidade A dança Nhau, constitui a cultura dos habitantes da província de Tete, que exige bastante agilidade do seu dançarino, duma máscara de madeira e a dança tabu de ritos de iniciação.Como tradição dos habitantes desta província, usam certos símbolos de seus hábitos e costumes, como símbolos de maniqueira, que representam matéria prima para fazer sumo, doces, bebidas alcoólicas e alimentação , e o de cabrito que representa fonte de riqueza. Como uma indumentária deste povo, para mulheres ” chithero”, capulana com blusa “bhaju” mesmo tecido e os homens ” ngonda” tecido branco denominado “tchiria” para os adultos. Os mitos, Deus da chuva considerado “nsato”.

Relato de um espectador: “O nhau estava forte. A princípio chegara um homem alto, tão alto que tocava com a cabeça as últimas folhas dos eucaliptos. Por detrás dele vinha uma jibóia. A seguir veio um contingente de dançarinos. Todos traziam máscaras medonhas, de animais e aves. Estavam nus. Os seus corpos eram pintados de um branco forte que lembrava a cal. Empunhavam azagaias, chuços, catanas, machados. Alguns tinham os flancos cobertos com pequenas esteiras de bambu, à primeira vista, poder-se-ia julgar que tinham os movimentos presos. Mas a agilidade é a condição primária do nhau”.

Alguém do passado descreveu como era a antiga dança nhau na região do Zóbuè, em Tete. Dança tabu, sobretudo o nhau chipeta, esta dança era também uma iniciação que exigia sacrifício, virilidade e heroísmo.

Hoje é mais o nhau macanga que se dança com algumas misturas do outro, sem deixar de ser espectacular. Nesta máscara algo medonha perpetua-se um rito, que uma cultura antiga esculpiu de enigmas.

Dança Maulide

Uma dança em vias de desaparecer. É uma demonstração da  fé apresentada só por homens que dançam e cantam e com uma espécie de alfinete, navalhas, pregos grandes de aço ou ferro, espetos de ferro ou outros instrumentos afiados que se dá o nome de  “tupachi”, que penetram no corpo, perfurando a carne e que tem como admiração do público esses dançarinos não  sangram nem os corpos ficam com marcas das perfurações. Segundo a informação que obtivemos, para se preparar o corpo do dançarino para este ritual, eles ficam no mínimo 15 dias sem actividade sexual e sem comer polvo nem peixe.  Esta dança era antigamente muito praticada nos casamentos islâmicos.  Esta  dança ainda pode ser encontrada na ilha de Moçambique, Angóche e Pemba.