Eu vi esta foto há alguns dias atrás ,confesso que fiquei “escandalizado” perante tal imagem… O miúdo que aparece a voar a moda Jean Claude Van Dame, não deve ter mais de 16 anos de idade contudo, entrega-se de corpo e alma a esse gesto penoso.

Voadora (Foto: Feling Capela)

Os outros gritam ao lado, pegam em pedras e ameaçam, insultam e, a malta segue em frente, rumo ao exílio do “gatuno”.

Apenas uma pergunta esbofeteia-me repetidas vezes…

Se, com essa idade, esses miúdos já têm atitudes do género, como será o comportamento de todos eles quando atingirem a maioridade?

Todos nós temos sofrido com os assaltos e vemos “in loco” a violência pelas ruas, mas não cabe a nós fazer justiça , há órgãos responsáveis por isso, leis que devem ser cumpridas! Os exemplos que os levam a comportamentos do género, vem dos filmes que passam nas Tv’s do nosso pais, sem censura alguma… irresponsabilidade dos quadros que dirigem a essas instituições e, de nós que deixamos os nossos filhos, irmãos… assistir e deliciarem-se com tais imagens agressivas, gestos pejorativos, linguagem obscena, cenas eróticas… e la vai a Pérola… depois espanta-mo-nos ao descobrimos que as flores já sabem mandar “manguitos”, soltar frases carregadas de insultos e, voar deste modo (como fez o miúdo da foto) ainda por cima uniformizado!

Sinto muito que isto esteja a acontecer e que ninguém tome a devida atitude para proteger aos pequenos desses labirintos que não levam a lugar algum e, se o fazem, certamente que é a violência! De violência já estamos cheios em Moçambique, violência essa que vem crescendo assustadoramente…

Todos nós temos a nossa culpa ,ninguém fica de fora, é a sociedade despedindo-se dos seus valores morais, paulatinamente… Sinto muito que não se esteja a investir como deve ser no desporto para as camadas juvenis, na literatura, no teatro, na dança… pelos bairros da capital,de modo a entreter a pequenada e, tentar salvaguardar o pouco que resta da nossa decência.

Desta vez não irei “espreitar ao futuro”, tenho medo do que possa avistar, caso atitudes do género passem diante dos nossos olhos e a gente continue cruzando os braços, não seria nada risonho o cenário apresentado.

O ruir de uma casa, por maior, ou menor que seja, começa pelas fundações!