O rapper moçambicano Drákula ou, simplesmente, Hassassin, afirma que o estágio actual do hip-hop moçambicano é bom embora seja necessário mudar alguns aspectos organizacionais para abarrotar os shows.

Drákula mostrou-se à favor do diálogo entre os MCs e os organizadores de shows de RAP para melhorar o fluxo de aderência aos shows. Aproveitando a actual fase ‘saudável’ do hip-hop moçambicano “temos de organizar o hip-hop… nós temos que ir todos aos shows, temos que encher casas”. Nesta perspectiva, chama à atenção as pessoas para irem aos shows de todos os rapers independentemente de serem ou não amigos “temos que contribuir todos, até, se fosse possível, fazer uma lista [indicando os nomes dos que não presenciaram ao show.] ”. Nisto, constatou que, no show alusivo à PAZ – mahala – muitos rappers ‘de grande gabarito’ não compareceram. Ao seu ver, são rappers que suportam o hip-hop ao nível mais alto e poderiam elevar ‘o movimento’ presenciando nesse dia, “a cena da organização que eu estou a fazer ver é essa… [e] é nice quando há harmonia na Casa Hip-Hop.”

Portanto, se se acredita que o hip-hop é um movimento influente na sociedade moçambicana e isso não se reflecte nos shows “o bom seria, por enquanto, um show no mesmo dia, mas dois shows no mesmo dia não tem problema.” Todavia, há que ter em conta os locais onde decorrerão os shows, pois só surtirão bons resultados “se os sítios forem um longe do outro” como são os casos dos dois shows, do Alkaponn e Sick Brain marcados para 31/10/2015, mas em locais diferentes, bairro do Mavalane e do Magoanine CMC, respectivamente. E, “esses dois vê-se que têm people diferente.” Em torno disto, a amargura se faz sentir quando o contrário acontece, por exemplo “houve o show do Flash e Duas Caras e houve o show de Crack Smoker… eram lugares próximos e as pessoas ficam indecisaseu fui aos dois shows, paguei, [mas quando cheguei no outro] a cena já estava no fim. Agora, o pior é quando [nenhum de nós vai].”

Drakula 1

Tocando num outro ponto que transparece o negativismo do hip-hop e que canonizou-se em preconceito social para o próprio movimento, Hassassin diz que “não podemos só andar a criticar [contudo] há aspectos que temos mudar, por exemplo… eu sei que isso sometimes é verdade… eu não gosto de ver esses niggas a fumarem…” e isto faz com que alguns niggas que “não têm nada a ver com isso” sejam conotados como sendo smokers.

Ainda na onda de alguns poucos desabafos, Hassassin despoletou um desejo de participar de um festival de Hip-Hop em Moçambique organizado por Bang em que poderá compartilhar o mesmo palco com outros artistas de Hip-Hop não underground como é o caso de Hernâni. As declarações deste e outros assuntos serão publicadas em breve.

Texto: Nigga Shar