Hoje, andava eu pelas ruas Russas, mergulhado em meus pensamentos. Ia deslizando ao ritmo da vida de um estudante Moçambicano. Do nada, o meu olhar esbarrou-se com uma cena banal, mas carregada de sentimentalismo…

O Veneno da Racionalidade

Um misto de emoções e dúvidas faziam com que eu sentisse vergonha de ser humano, nesse instante suportava o “veneno da racionalidade”. No lugar onde decorria a magnifica cena (jardim), a neve de um branco reluzente cobria a terra, 4 quadrúpedes (cães) brincavam, saltavam, rebolavam… soltavam latidos que os meus ouvidos surdos ouviam, magnetismo que minhas entranhas absorviam… Os outros 2 cães copulavam aos olhos de tudo e todos. Na quadrilha canina havia amor, havia paz, havia harmonia…

Não eram apenas cães, eram cães de raças diferentes, ignorando a cor dos pelos que os cobriam, as suas alturas, ou os moldes dos focinhos de cada um. Viviam cada instante como se fosse o último, como se tivessem asas…

Humanos como eu, passavam, ignoravam, e cada um seguia o seu rumo. Senti-me mal, deu-me vontade de correr atrás de algum osso, rebolar,lati, copular sem medo e nem vergonha…

Mas não pude, sou humano, alvo de críticas e a hipocrisia dos homens.Tenho de acostumar-me a viver em um mundo totalmente oposto a este que tentei descrever.Um mundo com racismo,”latidos das armas”,vergonha de fazer amor em publico,mas desprezando ou idolatrando os homens de acordo com a cor da pele ou bens materiais… Eu faço parte dos seres que destroem o jardim que nos acolhe, que não tem freios nas suas ambições… sim, é desse mundo que faço parte. Mundo que é responsável por todos os outros mundos existentes, inclusive o dos quadrúpedes que vi no jardim, infelizmente!

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