Uma mulher de 63 anos acredita que sofre de EHS (síndrome de intolerância hipersensível eletromagnética) – em outras palavras, ela acha que os dispositivos eletrônicos fazem mal a ela devido aos sinais de wi-fi e celular. As informações são do jornal Daily Mail.

Por causa disso, Mary Coales não pode ir a teatros, restaurantes, cinemas, aeroportos ou parques. Além disso, quando ela tem uma consulta no hospital, tem que esperar do lado de fora do prédio até o último momento enquanto idas ao supermercado são feitas o mais rápido possível.

Até uma simples caminhada diante de sua casa pode causar uma dor terrível em sua boca. Por isso, ela sempre sai usando um traje especial feito de prata e poliamida transparente. Ela insiste que essa é a única maneira de se proteger da radiação causada pelo wi-fi e pelos sinais de celular.

Saiba quais foram as dez piores selfies de 2014

Ela faz parte de um grupo de até 5% da população que acreditam ser afetados por ondas eletromagnéticas. Eles afirmam ter alergia às ondas de rádio e micro-ondas emitidas pelos aparelhos, por exemplo. Além disso, pessoas que sofrem de EHS relatam sintomas que vão desde dor de cabeça e náuseas a dificuldades e até mesmo paralisia respiratória. Alguns também temem que a radiação cause câncer, doenças autoimunes e distúrbios neurológicos a longo prazo.

Em entrevista ao jornal Daily Mail, Mary Coales afirma que desenvolveu a hipersensibilidade a ondas eletromagnéticas em 2012. Até então não acreditava na existência da condição.

— A ideia de ficar doente por causa da tecnologia que eu tinha usado durante anos sem previamente ter quaisquer problemas é surreal. Mas a dor que eu sofri é muito real. Na pior das hipóteses, senti como se estivesse como teaser dentro da minha boca.

Ela explica que teve de mudar toda a sua vida para evitar a exposição aos sinais de wi-fi e celular. Por isso, ela quase não vai a lugares públicos. Ao evitar os sinais de wi-fi e de celular, Mary acredita que reduziu significativamente seus sintomas.

Sinal de perigo?

A ideia de que os campos eletromagnéticos podem afetar nossa saúde foi levantada pela rimeira vez nos anos 60, quando o médico americano Robert O. Becker começou uma campanha contra os postes de eletricidade. Becker acreditava que eles estavam prejudicando a saúde dos que viviam nas proximidades.

Nos últimos anos, com o avanço da indústria de telecomunicações, o medo de que o aumento da radiação eletromagnética por causa de celulares e ondas wi-fi seja prejudicial tem aumentado. Embora não haja provas concretas de ligação entre a tecnologia móvel e doenças, estudos têm apontado efeitos preocupantes.

Um estudo de 2011 descobriu que, na presença de radiação wi-fi, a atividade cerebral dos estudantes do sexo masculino foi reduzido em áreas associadas à atenção. Outra pesquisa apresentada à Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em 2010, relatou que os sinais de wi-fi atenuaram significativamente a atividade cerebral em mulheres jovens quando elas estavam tentando repetir uma série de números tinha sido lida a elas.

Isso foi o suficiente para que a Assembleia Europeia pedisse restrições ao wi-fi nas escolas e ao uso de telefones celulares por crianças.

A Agência de Proteção à Saúde da Grã-Bretanha, no entanto, diz que não há evidência científica que liga problemas de saúde com equipamentos elétricos, embora reconheça que pessoas estejam relatando sintomas reais.

Muitos experts estão céticos. O professor Malcolm Sperrin, diretor no Royal Berkshire NHS Foundation Trust, no Reino Unido, diz que não há evidência de uma correlação entre o wi-fi e sinais de celular e a doença.

— O nível de radiação é muito baixo – na maioria dos casos, quase indetectável. A intensidade de radiação wi-fi é 100 mil vezes menor que a de um forno de micro-ondas doméstico.