Um berço biométrico para monitorização dos sinais vitais do bebé ou um rodapé inteligente com sensor de humidade para detecção de inundações são alguns dos protótipos que surgiram do ‘Invisible Network’, projecto apresentado em Famalicão.

A ideia passa por colocar a tecnologia “dentro” de estruturas como um chão em cortiça ou no betão de um prédio ou de um pavimento, bem como em mobiliário, entre outras, e assim “criar valor acrescentado” ao produto.

Tome-se como exemplo um berço que, além do “embalo” tem como objectivo ajudar os pais a fazerem a monitorização do bebé à distância através de sensores que captam a temperatura ou o movimento por exemplo permitindo saber se a criança está a ter um sono profundo ou um sono mais inquieto.

Ou umas palmilhas de cortiça com sensores incorporados que detectam a pressão que o pé está a exercer e conseguem monitorizá-la e guardá-la por exemplo para informar o médico sobre a tipologia de andar daquele paciente. Já a medição da temperatura do pé através de sensores pode ser útil a pessoas com diabetes.

Estas e outras soluções estão hoje a ser apresentadas no Centro Tecnológico Têxtil e do Vestuário (CITEVE) em Famalicão, distrito de Braga, e integram o ‘Invisible Network’, projecto desenvolvido ao longo dos últimos três anos e terminado em Março que envolveu 11 parceiros desde empresas tecnológicas e grupos industriais a agentes do mundo académico.

O objectivo global é “o desenvolvimento de uma nova geração de produtos interactivos com base em conceitos de computação invisível e computação ubíqua“, descreveu a coordenadora do ‘Invisible Network’, Inês Henriques, considerando que “houve arrojo neste projecto”, estando “alguns produtos encaminhados para serem lançados no mercado”.

Na mostra também se podem ver como tintas invisíveis podem, num museu por exemplo, encaminhar o visitante ou explicar-lhe determinada obra de arte. Basta que o admirador aponte o telemóvel para uma superfície que contem a tal tinta que na é visível a olho nu, logo não “contamina” o espaço em que está colocada, e no seu visor verá a informação.

Os primeiros protótipos de betão interactivo, ou seja “betão que responde a estímulos e sente”, também estão patentes em Famalicão, mostrando que um material tantas vezes visto como “cinzento” pode ter uma função ecológica ou até pode zelar pela segurança de um peão que ao atravessar a estrada é avisado de que está próximo um carro graças ao facto do betão ter “sentido” o veículo a aproximar-se.

Foi criada com este projecto uma forma de trabalho e uma comunidade que abrem muitas possibilidades no futuro“, disse Inês Henriques.

Do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI) que também é parceiro do ‘Invisible Network’, Braz Costa apontou a “importância da soma de valor aos produtos” em termos competitivos, uma opinião partilhada pelo presidente da câmara de Famalicão, Paulo Cunha, que na abertura da sessão falou deste concelho como um dos que “aposta” na fixação de empresas através da “criação e condições para que os agentes económicos vão mais longe e criem riqueza”.

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