Início Curiosidades 10 Coisas que os professores universitários detestam

10 Coisas que os professores universitários detestam

Tradução e adaptação do texto por Pedro João Pereira Lopes (MPP) do original de Lisa Wade (Ph.D.)[1]

Ensino numa escola superior há alguns anos e, durante este tempo, presenciei – nas salas de aulas e anfiteatros – situações caricatas que alteraram, inevitavelmente, o meu estado de humor. Descobri, numa das minhas excursões pela web, uma curiosa lista de coisas que espevitam os nervos dos instrutores e resolvi, então, partilhar. A lista é apresentada em forma de proibições, e são, afinal, instruções sobre como interagir com o professor ou o assistente.

  1. Não use a linguagem informal

Os professores não são seus amigos. Comunique-se com eles como se estivesse no seu local de trabalho, pois você está. A linguagem deve ser cuidada e respeitosa, seja ela escrita ou falada, o estudante deve ser capaz de perceber quando a comunicação é ou não é a apropriada. Por exemplo, ninguém veste um pijama para uma entrevista de emprego, não é? Logo, é a mesma coisa.

  1. Não questione ao professor se você “perdeu alguma coisa importante” durante uma ausência

Não, você não perdeu nada relevante. Usámos todo o tempo da aula para ver clipes de música no YouTube! Mas é claro que você perdeu algo relevante, nós somos professores universitários! Aqui está uma frase alternativa: “Eu sinto muito que eu tenha perdido a aula. Tenho a certeza de que foi incrível.”

Se realmente estiver preocupado com o que perdeu, experimenta isso, por exemplo: faça leituras, obtenha apontamentos a partir de um colega de turma (se não tiver nenhum amigo na sala de aula, peça ao professor para que lhe ajude a encontrar um parceiro com quem seja possível trocar notas), leia-os mais e procure o professor no escritório, durante as horas normais de expediente, para discutir qualquer coisa não compreendida.

  1. Não arrume as suas coisas antes do fim da aula

Compreendemos. O ponteiro dos minutos se aproxima do final da aula, há uma mudança na voz do professor, e você ouve algo como “Para a próxima aula…”, e eis a deixa para os estudantes começarem a arrumar as suas coisas. Assim que uma só pessoa faz isso, presencia-se logo a uma avalanche de tampas de computadores portáteis a caírem, fechos das mochilas a correrem e os telefones celulares nas mãos.

Não faça isso. Espere mais 10 segundos até que a aula esteja realmente terminada. Se você não fizer isso, o professor pensará que você estava morrendo de vontade de sair da sala, hei, isso fere os nossos sentimentos!

  1. Não faça uma pergunta sobre as lições ou deveres antes de verificar o plano analítico da cadeira

É fácil enviar um e-mail com uma pergunta rápida para o seu professor, mas ele dedicou o seu esforço ao plano analítico da cadeira por alguma razão. Lembre-se, cada professor tem dezenas ou centenas de estudantes. O que parece ser uma coisa pequena para si, pode ter efeitos trabalhosos para os docentes. Faça um esforço de boa-fé para descobrir a resposta antes de perguntar ao professor.

  1. Não fique zangado se receber uma avaliação negativa

Se um professor leva uma caneta vermelha e massacra a sua prova, isso é um sinal de que eles se importam. Classificar negativamente é um trabalho duro, então a tinta vermelha significa que nós nos interessamos por você e pelo seu futuro. Além disso, sabemos que classificações negativas deixam alguns estudantes com raiva dos professores. Nós fazemo-lo, ainda sim, porque nos importamos o suficiente com você para tentar ajudá-lo a se tornar um pensador e redactor mais forte. É um absurdo, mas muita tinta vermelha é provavelmente um sinal de que o professor acredita que você tem um grande potencial.

  1. Não peça melhor classificação
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Definitivamente procure o professor no seu escritório, durante o horário de expediente, para saber como estudar melhor ou melhorar o seu desempenho, mas não espere mudar a mente de seu professor em relação as suas notas. Sim, reclamar uma suposta falha de classificação é aceitável, mas não pressione demais. Aplique a sua energia nos estudos e nas próximas avaliações, apresente as ideias do seu trabalho ao professor ou ao assistente, faça as leituras recomendadas e participe nas aulas. Estas actividades garantirão um retorno depois.

  1. Não brinque com a formatação do trabalho

O trabalho não é longo o suficiente? Você pensa em aumentar um pouquinho o tamanho da letra ou tornar as margens do texto um pouquinho mais amplas? Acha que o docente não conhece a diferença entre as fontes 11 e 12, ou entre “Arial” e “Times New Roman”? Não faça isso. Nós já dedicamos milhares de horas olhando para uma página impressa. Temos um olho de águia para esses tipos de coisas. Seja qual for a sua motivação, aqui está o que essas trapaças nos dizem: “Oi, Prof!, eu estou tentando enganar-te crendo que estou satisfazendo os requisitos do trabalho. Eu sou preguiçoso e você é estúpido!” Invista na sua pesquisa, não nas configurações do documento (que devem importar depois).

  1. Não encha de tolices as suas introduções e conclusões

Nunca comece uma resposta ou um trabalho com a frase: “Desde o início dos tempos…”, “Desde o início dos tempos que os homens se envolvem em guerras.” Espere, o quê? Como, o Big Bang? E, assim sendo, como diabos você sabe disso? É melhor ter, no mínimo, uma fonte confiável para usar! “Historicamente”, “Tradicionalmente”, “Como se sabe”, “Como foi provado” e “Ao longo da história” são igualmente maus começos. Tire-os de seu vocabulário agora.

Em sua conclusão, diga algo inteligente. Ou, se pretender, basta dizer o que você disse. Mas nunca diga, por exemplo: “Espero que um dia não haja guerra.” Ora, todos nós desejaríamos que isso fosse verdade, mas a menos que você tenha ideias de como preveni-la definitivamente, tais declarações são apenas uma esperança e são inadequadas em um trabalho académico.

  1. Não interprete factos como opiniões e opiniões como factos

Descubra a diferença. Aqui está um exemplo de como não interpretar um facto, via CNN: Considerando que a saída de Clinton deixou apenas 16 mulheres no Senado, num universo de 100 senadores, muitas feministas acreditam que as mulheres estão sub-representadas no Capitol Hill.

Espere. As feministas “acreditam”? Dado que as mulheres constituem 51% da população, 16 num universo de 100 significa que as mulheres estão sub-representadas no Capitol Hill? Este é um facto social, sim? Então, você pode concordar ou discordar com as feministas se este é realmente um “problema”, mas não sugira, como a CNN fez, pois o facto em si é uma opinião.

Este é um erro comum, e é frustrante para ambos, professores e alunos. A vida será muito mais fácil se você saber a diferença.

  1. Não ignore o processo de ensino-aprendizagem

Todas as turmas têm aquele estudante que fica no fundo da sala, que se afunda em sua cadeira e faz desenhos ou um olhar entediado. Não seja essa pessoa. Os professores e assistentes constituem o top 3% dos estudantes. Eles passam geralmente mais de uma década na faculdade. Para melhor ou pior, eles valorizam o processo de ensino-aprendizagem. Para ser um deles, você deve mostrar-lhes que você também se importa. E, se você não o fizer, finja como se você se importasse.

[1] Leia o texto original “10 Things Every College Professor Hates” em http://www.businessinsider.com/10-things-every-college-professor-hates-2014-8?IR=T, publicado em 26 de Agosto de 2014.

3 COMENTÁRIOS

  1. Me localizei em todas situacoes que o professor odeia. Linguagem, arrumar o material antes da hora, e as introducoes com tuga refinado. Mas enfim… I’ll chage

  2. “Nao use linguagem informal”… É justo. Mas convenhamos no ato da comunicaçao aluno-professor há necessidade de se usar linguagem o mais simples possivel para melhor compreensão. Se possivel até o uso de linguas alternativas.
    O que acontece é que por vezes Professores nos enchem com linguagens de “ensino superior”, dificultando desse modo a compreensão da materia tratada.

    • Sim, concordo! A proibição não está relacionada com o processo de ensino-aprendizagem em si, também sou apologista do uso da linguagem mais simples possível nas salas de aulas, evitando frases fabricadas ou jargões, entretanto por “linguagem informal” entenda-se “forma de comunicação” ou “tratamento”, a ideia é simples, manter respeito e a conversa num “nível profissional”. Por exemplo, modos de fala: expressões como “okay”, “nice” não são muito convenientes durante uma conversa docente-estudante.

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