Pra já, não se trata de carros, mas, há muito de corridas, viagens e velocidade nesta história. Mas, não vamos por ai. Quando aquilo tudo começou, ninguém imaginava o percurso que tomaria, não o fim! O fim ainda ninguém sabe. Até ao momento em que eu me encontrava sentado, entre quatro paredes de um prédio arredores da Fernão Magalhães, na baixa da cidade de Maputo, olhando para um ecrã retina de um computador macbook pro, em uma cadeira giratória, reflectindo sobre o que me tinha acontecido, que já a seguir desvendo, NINGUÉM SABIA O FIM DAQUILO, mas, alguém já havia tentado dar um!

A moça saia do quarto de um amigo meu, em uma casa onde moravam: eu, mais dois amigos meus. Não sei o que aquela moça fazia naquele quarto, no momento não me interessou, me interessou a moça que 1 hora depois eu já tinha o respectivo número de celular e 24 horas depois sabia seu nome completo, aquilo tudo que ela havia colocado no facebook dela. Aproveitei para ler alguns posts da moça. A moça era inteligente, linda, engenhosa, tudo, tudo mesmo. Tudo que eu procurava numa mulher. O corpo? Xkece. Era um monumento aquilo.

Mandei-lhe uma sms com um número internacional (não era possível responder) e assinei “Admirador secreto”, mandei-lhe outras sms e decidi aparecer, não como o “admirador secreto”, mas, como outra pessoa, como eu, “Mario Junior”. Fomos falando, mas, não me davam espaço, sabe quanto eu disse que a moça era “inteligente”! Yah, eu estava a ser vitima daquela característica dela. Cansei de parecer um “Cara normal”, resolvi me revelar. sim! Contei pra ela que eu era o “misterioso”. La se foi o temporal, ainda havia esperança para aquele Titanic.

Eis que o papo melhorou. Começávamos a nos entender. Não foi fácil. Tive que explicar muita coisa. Tentei omitir o máximo, mentir não era uma boa dica. Estaria a começar mal. Depois de 3 semanas, começamos a falar frequentemente, não era fácil, aquela gaja dificultava, mas, eu também resistia pa! Comecei a perder controle da ânsia, comecei a me entregar para ela. Olha que nos tínhamos visto apenas uma vez, quando ela saia do quarto daquele brada. Não! não pense que vou desenrolar a história “daquele brada”. Vamos focar nela. Antes que você o diga, “ela não era uma vagabunda”. Custou-me muito, mas, na sexta-feira da quarta semana, depois de ter conhecido aquela “princesa”, aconteceria o segundo encontro. O encontro se daria pelas 17 horas. Em uma rua qualquer, de um bairro qualquer, tudo qualquer, só a moça não era qualquer. Ate eu era qualquer. As 17 e pico, aquela moça cruza o meu caminho novamente. Imagina! Parecia que nos conhecíamos a muito tempo. Pegou na minha mão e em menos de 30 segundos, juntos voávamos a um passo de avestruz. Bem lançados. Sim! Ela ia para algum lugar buscar alguma coisa. La fomos nós. Uma jornada inesquecível. “Começamos a pé, a seguir foi um Txopela, e acabamos no carro de um brada”. Yah, foi uma viagem.

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Passamos 4 horas juntos, mas, não houve um simples beijo, um abraço, ou uma simples troca de olhares. Não havia clima. Como nem eu e nem ela andávamos sobre 4 rodas próprias, tivemos que separar-nos para chegar as nossas casas. As 23 e 30 estávamos novamente ao celular, naquele ensaio de adolescência, que nunca teve prática. Naquele dia, ela me tinha contado que tinha namorado e que enfrentava problemas na sua relação. “Me tirou o feeling”. Mas, bem bem, o que eu esperava? Aquele símbolo icónico! Aquela relíquia estaria por ai deambulando, sem museu? Não era possível! Esta cena de me apaixonar me deixou burro. Fogo!

Marcamos um novo encontro para domingo. Aquele sim. Desta vez não começamos de mãos dadas, começamos com um abraço caliente. Nos sentamos em um lugar privado e finalmente me expressei “romanticamente falando”. Naquele dia descobri que tinha uma alma valentina. Não sei onde fui buscar tantos argumentos, dei-lhe uma aula de sapiência, mas, hey, espera! A moça não era inteligente afinal? Pois eh, Antes que ela falasse algo, tentei beija-la, guess what? NÃO FUNCIONOU! Recusou-se e me surpreendeu com esta: “Não vou dizer que te amo, sinto algo especial por ti, very special, mas, tu sabes da minha situação, o que queres que eu faça?”. Não comece a achar que você teria feito algo melhor, como se tudo ali dependesse de mim. Limitei-me em dizer “quero que fiques comigo”. Segurei-lhe nos meus braços, preguei outro versículo bíblico. Nem cristo me ajudava naquela situação. Sabe, naquele momento, ela olhou pra mim e disse com convicção: “Você só chegou um pouco atrasado”. La estava eu, enterrado, num areal daquela viagem paixonítica. Precisava de um 4 por 4 (4×4) para me salvar. Mas, foi o 4×4 que me colocara em mãos lençóis. Como podia eu! Eu! o cara que ela conhecia a 4 semanas, convence-la a deixar o cara que ela conhecia e namorava a 4 anos? Ela não podia simplesmente trocar os tão valiosos 4 por outros 4 quaisquer. Não era possível. Fiquei desesperado, era um domingo impróprio para cardíacos. Agora, entendo os que violam as mulheres! Fixem bem! Entendo, não defendo.

Na manhã seguinte, tentava aquela linda mulher dar um fim a aquilo tudo, quando por SMS me disse que se afastaria de mim! La estava eu, sendo julgando por uma disputa de 4 por 4.

No final das contas, ambos estávamos apaixonados, e fomos assim sacrificados, em nome daqueles 4. Aqui estou eu! Tentando superar a paixão não consumada, sorte dela de ser tão amada. Se ela estiver lendo isto agora, que saiba que era tudo verdadeiro. Pelo menos ainda há Homens que se apaixonam e mulheres fiéis.

Autor: Mário Junior