Por Gustavo Mavie

                      ABERRAÇÃOaquilo que é sentido como sendo contrário

                     à ordem natural das coisas, à regra geral, ao que é habitual,

                     ou normal. ANORMIDADE, DEFORMAÇÃO, DESVIO,

                     DISTORÇÃO…PREMEDITAÇÃO À CRIMINAL. Afastamento

                    às regras lógicas, erro de raciocínio, desvio de espírito. Acção,

                     facto, comportamento ou ideia contrários à razão, à lógica,

                   .…tudo o que é contrário ao que se acordara anteriormente, In   

                  Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Verbo.

Depois de me socorrer com esta definição do Dicionário Verbo, sobre o significado etimológico do termo Aberração com que o Ministro José Pacheco qualificou as novas exigências da Renamo, de que só aceitará o cessar-fogo e a sua desmilitarização se o Governo entregar-lhe de bandeja diga-se, o Comando-Geral dos três ramos do Exercito e da Polícia, creio que não há espaço para mais palavras, como costuma dizer recorrentemente o grande jornalista radiofónico moçambicano, Emílio Manhique.

Sim, mais palavras para quê, parafraseando mais correctamente o mesmo Emílio, porque com esta nova aberrante exigência da Renamo, tudo ficou mais do que claro, até mesmo aos que ainda andavam a atirar todas as culpas ao Governo, que quem de facto quer guerra, é a Renamo e não o Presidente Guebuza, que já negociou com sucesso, a Paz, durante mais de dois anos em Roma, com esta mesma Renamo que agora retomou a guerra sem justa causa.

Creio que os que faziam esta acusação ao Executivo, agora estão a comer as suas palavras. Isto porque, depois de todas as cedências que Guebuza já fez na mesa do diálogo, já não vejo como podem inocentar ainda a Renamo, e persistir em rotular o Governo ou Pacheco de serem arrogantes, e muito menos insistirem em acusar o Presidente Armando Guebuza, de preferir atirar o País a uma nova guerra, só para poder se manter no poder, quando ele está num périplo pelo País a se despedir dos seus compatriotas porque daqui a nove meses deixará de facto de ser Presidente de Moçambique.

Com esta nova exigência, a Renamo deixou mais do que claro, que aqueles que, como eu, sempre dissemos que o Partido de Dhlakama não estava a dialogar de boa-fé e que está contra a paz e o progresso do País, tínhamos toda a razão do Mundo. Prova que não dizíamos isso porque fossemos lambe-botas de quem quer que seja, como éramos rotulados injustamente. O tempo agora está a nos absolver dessas acusações a todas as luzes injustas. E não tenho a mínima dúvida que a História nos Absolverá ainda, citando agora Fidel Castro, porque à medida que o tempo vai passando, está provando que os que nos acusavam de lambebotismo, não estavam só muito errados, como não viam que os moçambicanos da Renamo e suas metamorfoses, como o MDM, que agora está metido em esquemas de venda ilícita de títulos aduaneiros que lesaram o Estado em centenas de milhões de meticais, são todos como aqueles romanos do tempo de Cícero, que eram contra Roma, e que quando ele os combatia energicamente, eles próprios o acusavam aos gritos de cometer ilegalidades e excessos, mas que o verdadeiro povo de Roma, esse, o aplaudia, porque se via salvo das suas atrocidades, como as que a Renamo vai cometendo contra inocentes, numa imperdoável repetição as que cometera antes quando esta ao serviço do apartheid.

Ainda no passado dia 10, eu voltei a defender num artigo que este mesmo Notícias publicou no dia seguinte, esta mesma tese de que a Renamo está a dialogar de má-fé, para com isso desgastar a imagem do Governo, porque sabe que será erradamente visto pelos que não a conhecem bem, como quem está a fazer exigências lógicas ou justas.

Hoje, cinco dias depois depois desse meu artigo, em que dizia que os que pensam que a Renamo tem razão, podem estar a perder a memória, que segundo o escritor angolano Jose Agualusa, é que nos faz ser um povo de facto e não um gado disperso fácil de dominar. Não podemos nunca cometer o erro de confundir um lobo com um carneiro, como dizia Jesus Cristo, que nos avisa que na vida haverá lobos que se irão vestir com peles de carneiro.

Nesse artigo, vincava que todas as vezes que conversei com os que acreditavam que quem era mau da fita era o Governo que alegavam estar a ser ´´arrogante´´ ou ´´irredutível´´, eu replicava dizendo-os que, na verdade, a própria Renamo sabia que as exigências que fazia eram impossíveis de serem aceites, mas que as fazia, justamente porque sabia também que a maioria do povo é temeroso, e já não quer mais ouvir falar da guerra e muito menos voltar a sofrer os efeitos duma nova confrontação bélica. Dizia-os que a Renamo sabe que haverá vozes do povo que irão condenar o governo, porque há, infelizmente, poucos homens e mulheres que preferem morrer defendendo a justiça ou a razão. É por isso que há muito poucos Samoras ou Mandelas no Mundo. A maioria de nós prefere submeter-se à brutalização do mais forte, e é por isso que estivemos mais de 500 anos colonizados por um País que ele próprio era uma fraquíssima neocolónia de outras Nações ocidentais. Eu sempre reiterei a todos eles e a todas elas, que a Renamo está a exigir o impossível para desgastar a imagem do Governo e levar o povo a estar contra. Cheguei a dar-lhes o exemplo daquele homem que faz acusações forjadas ou exigências impossíveis à sua esposa, para que seja vista como uma má esposa e assim possa se divorciar com ela porque já não a ama´´.

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Ora, se com este meu artigo não havia conseguido provar a todos os meus compatriotas que a Renamo está a fazer exigências descabidas ou já agora, aberrantes, então penso que com estas novas exigências de que te que se lhe dar o comando das Forças Armadas e da Policia, já podem ver que eu tinha razão, e que de lambe bota ou pau mandado não tenho nada e nunca tive. O que eu sou, sou apenas e unicamente um contador de verdades como já o disse várias vezes aos microfones da Rádio Moçambique. Aprendi a contar as verdades com homens tão íntegros como o meu colega e antigo Director, Carlos Cardoso, que como sabemos pagou pela vida essa sua paixão em não permitir que se algemem palavras, porque acreditava tal como eu, na tese de Jesus Cristo, de que a verdade é a vida.

De facto, Pacheco tem toda a razão quando vinca que a nova exigência é uma aberração, porque não se conhece País algum no Mundo, em que as suas Forças Armadas e a sua Polícia estejam sob o comando de um Partido que para já está a mover uma guerra sem quartel contra o Governo eleito, sem que haja razão plausível para que a mova, logo contraq inocentes. Eu morreria de vergonha se fosse da Renamo, mesmo que fosse por empréstimo ou mesmo forçado a sê-lo. Tinha razão o nosso poeta mor José Craverinha, quando me disse em Londres que para ele, há muitos Renamistas que nunca deviam ter nascido, porque são um grande mal para o nosso País como para todos nós moçambicanos.

Antes de terminar este artigo, vinco que a única coisa que peço aos meus detractores e a todos os que me têm julgado mal, que o que me move resume-se numa frase lapidar do escritor inglês John Milton, que reza assim: ´´dai-me a liberdade absoluta de pensar, falar e argumentar de acordo com a minha consciência, acima de todas as liberdades´´.

O que no fundo quero dizer, ao citar Milton, é que de todas as teses que já defendi nas rádios ou TV´s, ou que já escrevi, são minhas teses, e são produto da minha consciência e patriotismo, e não me foram incutidas por quem quer que seja, e estou feliz que esteja a ver agora ainda vivo, que a leitura que vinha fazendo principalmente às exigências da Renamo, já o tempo está provando que eram muito correctas. Por isso, reitero que a Renamo é uma organização terrorista por tendência, como as que pululam por esse mundo fora, como os Bokop Harams na Nigeria, os Talibans do Afeganistão, ou mesmo a Al Qaeda, que já se sabe agora que os seus criadores se inspiraram nesta Renamo de Afonso Dhalakama.

Por isso mesmo, no lugar de condenarmos o Governo ou Guebuza, que neste caso despendeu já 51 dos 71 anos que conta agora lutando e trabalhando pelo seu País, o que devemos fazer é lutarmos todos contra a Renamo, e nunca dar-lhe uma razão que nem o diabo a daria. Mas mesmo que não possamos lutar, ao menos devemos protestar, porque, como bem o dizia o heróico Martin Luther King, com isso iremos mostrar aos seus dirigentes e acólitos, como António Muchanga, Mazanga e Macuiane, que não aprovamos estas suas aberrações. É que já basta de assistirmos impávidos e serenos, à nossa matança colectiva por esta escória do apartheid que é a Renamo. Este meu artigo é esse protesto contra esta nova aberração da Renamo.