Um público muito jovem e eminentemente masculino acorreu, sábado último, à Praça da Independência, em Maputo, para celebrar a festa da música popular e urbana de Moçambique, numa grande récita musical que marcou a abertura do VIII Festival Marrabenta.
Uma miscelânea de cores, aromas, música e muita animação, destacou este espectáculo, que decorreu sob as peculiares temperaturas húmidas que se verificam nesta época. Contudo, o calor intenso não afastou os visitantes do ambiente efervescente.
O concerto, em si, foi também servido a uma temperatura artisticamente quente pelos já conceituados músicos nacionais, nomeadamente Banda Tseque, agrupamento Makwaela dos TPM, Orquestra Djambo, Pedro Ben (figura de cartaz), Stewart Sukuma, Dilon Ndjindje, Xidiminguana, Mabessa, Liloca, Roberto Isaías e Mr Bow.
Num palco onde velhas glórias da marrabenta e do cancioneiro popular moçambicano partilharam as suas experiências com músicos da nova geração, o concerto teve muito requinte e boa música, que primou, acima de tudo, pela boa qualidade da luz, incluindo outros aspectos logísticos e organizacionais. Nota negativa para a qualidade do som que não foi das melhores, alias, por vezes o ruído das baterias e das guitarras ofuscavam a voz dos músicos, quebrando as melodias e em certo momento dando a impressão de os artistas estarem a improvisar ou a murmurar. Mas nem por isso a plateia parou de aplaudir efusivamente aos artistas.
Paulo Sithoe, director-geral do Laboratório de Ideias, instituição organizadora do festival (em parceria com a mcel), referiu que “começámos muito bem. Arrancamos com uma banda jovem. Preparamos um palco digno para a marrabenta e vamos, dia 2 de Fevereiro, de comboio, para Guaza Muthini. No dia seguinte, vamos para Matalane, para no dia 5 juntar-mo-nos à festa da Matola. No dia 7, será a vez de Xai-Xai”.