Uma pessoa magra e elegante não é necessariamente uma pessoa saudável. Já ouviu falar em falsos magros?
E se lhe dissermos que as pessoas obesas e as pessoas não obesas correm exactamente o mesmo risco de isquemia miocárdica?
Segundo um estudo, apresentado esta quinta-feira no 33º Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), as pessoas com peso a mais e as pessoas com um peso normal têm o mesmo índice de 10% de diminuição da passagem de sangue pela artéria coronária, condição que aumenta o risco de enfarte.
A conclusão surgiu depois de terem sido avaliados 5.563 pacientes sem histórico de doenças cardíacas, das quais 26,7% eram obesas. Contudo, o risco de isquemia das pessoas obesas apenas é igual ao das pessoas magras quando o índice de massa corporal (IMC) não ultrapassa os 40 kg/m2, como explicou ao site O Globo uma das médicas da investigação, Andrea De Lorenzo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O estudo, diz a investigadora, “corrobora vários outros estudos da literatura no sentido da limitação do IMC na avaliação do paciente como um todo: como o IMC é apenas um cálculo de peso dividido pela altura ao quadrado, não leva em consideração a composição corporal (massa magra e gordura), que pode variar de pessoa para pessoa com um mesmo IMC”. E é a composição corporal um outro fator determinante na hora de avaliar a saúde e os falsos magros.
Um estudo do Instituto de Saúde Carlos III, citado pelo ABC.es, revela que existem obesos metabolicamente saudáveis e pessoas com um peso normal (ou consideradas magras) com níveis elevados de tecido adiposo, que aumenta consideravelmente o risco de várias doenças.
Francisco Tinahones, um dos autores do estudo, diz que este tecido gordo pode levar ao aparecimento de problemas metabólicos (que são muitas vezes desvalorizados pelo peso saudável).
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