Naquele dia fui ao serviço, mas não estava com muita paciência para suportar as rígidas leis dum quartel. No dia anterior tivera uma discussão forte com a Sónia, a minha mulher, e dormimos cada um olhando para o seu lado, até amanhecer.
Foi por causa da discussão que saí cedo de casa, e como sempre que discutimos, não me despedi dela, levei o meu sacudú e bazei até à paragem, onde tinha que apanhar o chapa até Xiquelene, donde faria uma ligação até a Praça da Juventude, e de lá caminharia uns 8 quilómetros até a G.M.
Ao sair da casa, o velhote vizinho que varria a rua, num serviço voluntário de fofoquisse (ele conseguia ver quem dormiu em casa e quem está a voltar áquela hora), encetou um cumprimento que abortou ao ver a minha cara enrugada e meu olhar injectado. Ainda levantou a mão, mas mandei-o lixar! Ao me afastar dele, deixei de ouvir o “swap-swap” da vassoura, sinal de que estava olhando-me a tentar perceber que “bife” eu lhe poderia oferecer para contar.
Quando cheguei no job, logo na porta das armas, o sentinela brincou comigo dando-me uma continência imerecida (sou soldado raso), mas a sua brincadeira foi água abaixo, pois entendeu que não havia mood para pancadas.
Fui à caserna, equipei-me em silêncio. A caserna estava vazia, pois a maioria tinha ido fazer limpeza ou tomar banho (o turno que ia ser rendido rendido), por isso ninguém incomodou-me.
Logo que me “fardei”, desci para a parte traseira do quartel, onde ficava o gerador que nos alimentava de nergia das 19 às 22:00 (para ver telejornal), e fui me sentar no fogão móvel, velho, e useless made in Russia para carpir as mágoas.
Diziam que ali passava uma cobra entre as 06 e as 08, razão pela qual o sentinela nessa hora, afastava-se dali, e subia até ao campo dos obstáculos, embora alguns Sargentos rabujegntos insitissem que isso era táctica do soldado para não ficar no posto. Eram mazomenos 7 e 10, menos coisa, mais coisa.
Shit! Mas porque vou viver com uma gaja que me deixa sempre fora de mim? O que faço com ela se já temos uma linda menina que não poderá viver fora desta nossa união torpe? Se eu a expulso da minha casa, certamente vai levar a menina, e como ela vai sobreviver e ainda conseguir sustentar a criança?
Será que a minha felicidade deve ser abdicada a favor da felicidade (?) da criança? Tenho que sofrer isto tudo porque se não aceitar isto a criança vai passar mal? E porquê não mando embora a gaja e eu fico com a criança? Poxa, muitas perguntas e situações corriam na minha cabeça que não tive outra solução senão acender um Palmar para relaxar.
Sorri.
Yeah, a vida é lixada, djo! Um gajo está nesta situação por caus ade uma gaja!?! Eu, o chamado “Toupeira”, um gajo que fez temer comandantes renomados dos B.A.´s em quase maior parte da província de Maputo? Hahahahahahahahahah… Decobri-me a gargalhar. A ironia do destino. Maldito fim da guerra, poxa! Se fosse no tempo da guerra será que ela faria isto? Ou melhor, será que eu permitia isto?
E porque não? Estou a viver a minha vida aqui e agora. Resolver isto pode ser tão simples que, como estou habituado a soluções apuradas e radicais, isto seja novo para mim.
Só estamos juntos há sete meses, embora tenhamos namorado durante quase três anos. Ela era a minha pita nas dispensas e fugas que arranjava quando desse lá no campo real. Ela era o meu escape ao stress das ofensivas que fazia, dos combates que travava, dos cadáveres anónimos que via, das pernas destruídas pelas minas que calhava com elas. E foi ela que me salvou da loucura depois que o meu amigo directo foi morto quando assaltamos a base de Mahochahomo. Morreu nas minhas maos sem terminar as recomendações que queria me dar. Shit! Puta vida! A bala dos B.A.´s atravessou-lhe a garganta e tentei tapar com a mão, mas o sangue, quente e viscoso teimava em sair.
O comandante Wayene é que veio desgrudar-me literalmente e me convencer que o homem estava morto há muito tempo. Por razões lógicas deram-me uma dispensa “inacabável”, e fui-me ancorar nela. Foram os dias mais lindos que vivemos juntos.
Eu só tinha uma manta. Estendiamos a manta na esteira, dormíamos, e enrolávamos a mesma manta para nos cobrir. Ela acordava muito cedo, varria o quintal, lavava os pratos, preparava água para banho e matabicho. Lembro-me que foram exactamente 23 dias que fiquei com ela. O salário desse mês fui receber no Estado-Maior, e fui com ela. Dali fomos a Primavera comer sorvete. Estávamos belos e felizes! Belos tempos.
E agora? Temos uma linda menina, mas não temos duas semanas sem discutirmos e entrarmos em cenas de pancadaria e ameaças vis. O que está a acontecer? Ou será que eu é que estou a falhar? Ou tenho dificuldades em me adaptar a uma vida rotineira habituado que estava(?) a uma vida intensa e perigosa? Será que tenho que me despir dos mesu métodos militarizados e tentar acompanhar o passo dela? Mas qual é mesmo o passo dela?
Shit!
Por outro lado, será que eu sofro mais que ela? O que ela pensa disto tudo? Que tipo de sofrimento ela experimenta hoje que não me despedi dela? Porquê não me despedi dela, e esperar ouvir a sua reacção? Isto é, tenho a minha parte de culpa nisto tudo?
Shit! Sim, tenho uma parte da culpa, mas o problema principal é saber como e onde tudo começou. Mas realmente, quem começou com isto tudo? Eu? Ela?
Ahã… Tudo começou há dois dias, quando voltei do serviço e não a encontrei em casa. A Micha (nossa filha), estava sozinha a chorar. Esperei mazomenos 15 minutos para ela aparecer com um bidon amarelo de 25 litros de água na cabeça. A justificação dela foi de que na zona não saía água e ela foi procurá-la em Maxaquene (nós estamos na Polana Caniço).
Mandei vir com ela e ela rispostava. O que me irritou foi quando apareceu a nossa vizinha, ela com um bidon idêntico, mas vazio, a chamar por ela, e ela a fazer tensão de ir, levando o bidon! Poxa!
Peguei-lhe pelo braço, arranquei o bidon e atirei para longe! Epa, um gajo estava a voltar do job, cansado e sonolento, e ela ainda quer stressar-me?
Puxei-a para dentro da casa (de caniço, seis chapas, um “gone”, para quem sabe o que é isso), saí e puxei a porta, ela lá dentro. A Micha estava inconsolável de tanto chorar, e fui pegá-la e dar festinhas. Eu respirava com dificuldades de tanto nervoso que estava.
Quando levanto os meus olhos a quem vejo? Ao vizinho varredor e a nossa vizinha que já usava o bidon como uma cadeira do balcão do cinema Império. Gritei-lhes que saissem dali, ao que riram-se. Fui a anca e saquei a minha Walther e gritei outra vez. Chiça! Nunca vi um mergulho igual ao que o velhote varredor deu. Isso confirmou a fofoca que ouvi de que ele foi G.E. no tempo do colono. Quanto a minha vizinha, ela desapareceu e deixou o bidon ali na rua. Hahahahahahahahahahahaha… Gargalhei sozinho, qua até a Micha parou de chorar.
A Sónia quando ouviu-me a gargalhar, abriu a porta e viu-me com a pistola na mão, aproximou-se de mim e disse-me para guardar a arma. Fi-lo. Levou a Micha e o bidon e entrou dentro da casa e sentou-se na nossa cama três quartos, e começou a chorar baixinho.
Entrei com o sacudú e atirei-o na cabeceira da cama, saí e acendi um Palmar.
Desde esse dia, o papo entre nós eram monólogos e perguntas estritamente essenciais. Poupávamos ao máximo as palavras. “Posso te servir o jantar?” “Sim…” “A Micha dormiu bem?” “Sim…”
Shit!
E agora aqui estou eu sentado num fogão velho russo, esperando que passe a cobra e acabe comigo de uma vez por todas. Mas o que custa a gente viver em paz? O que custa o entendimento? Afinal o que é necessário para que um casal se entenda?
Um pouco de paciência, cedências de quando em vez e evitar-se situações que possam levar a discussões desnecessárias. A questão é: Quem deve ser paciente? Quem deve ceder? E quem deve evitar as discussões?
É que nesta união, parece que quem cede sou eu! Quem tem paciência sou eu! E quem evita discussões sou eu! E ela? Qual é a parte dela? Será que só é de aproveitar dos espaços que cedo? Ocupar as brechas que a minha paciência cria? Levantar a voz perante o meu silêncio?
Mas porquê viver esta vida madrasta, miserável e amarga? Eu sou uma máquina de guerra, e esta terminou há quase um ano, e eu estou aqui a chorar por uma rapariga frágil que posso parti-la ao meio e não sentir nada. Porquê é que sou duro e quase invencível na guerra, mas sou fraco e não consigo semear paz no meu lar?
Shit?
Saí dali do fogão, fui à caserna, mudei de roupa e vesti-me à civil.
A minha ideia era de voltar para casa, para a minha mulher, para de uma vez por todas acabarmos com isto tudo. Esta é a única saída. A conversa. Só falando com calma é que podemos chegar ao consenso. Do que vale trabalhar se o meu espírito não está livre? Um gajo como eu que trabalha com arma, não pode carregar mágoas para o job.
Se a minha cedência é pouca, hoje seria o dia que teria que alargá-la; se a minha paciência é curta, hoje seria o dia de elasticá-la. Chega de orgulho e de viver do passado!
A vida civil é muito diferente da vida militar. Os civis são mais reguilas que os militares porque eles não tem regras. Então se quiser viver com eles e como eles, tinha que me adaptar a isso: sem regras! Então vou lá e falo com ela e clarificamos isto.
No dia de hoje, ou vivemos felizes ou morremos os dois!
Pensei em tirar as botas, mas eu jurara para mim mesmo que morreria de botas calçadas. Não tirei as Mohan indianas, minhas botas preferidas, que mesmo quando chegaram as botas de cano, neguei trocar, até que discuti com o Estado-maior da Unidade, um gajo com fama de ser anti-bala, e que combateu em Sitatonga a comandar um batalhão.
Eu disse ao gajo que se ele quisesse que trocasse as botas, tinha que vir descalçar-me. Ou ouviu a minha fama ou o gajo levou na desportiva, mas no dia seguinte chegaram umas Mohan novinhas directamente para mim: três pares delas.
Quando estava a pôr a minha camisete preta dos Gun´s&Roses, com Axel Rose em destaque, o meu Sargento perguntou porquê é que eu estava a mudar e a pôr “civil”. Olhei-o da mesma forma que um gato olha um passarinho. Ele disse que se eu tiver dispensa era só lhe dizer, e que só estava a perguntar porque estava a fazer efectividade. Terminei de pôr a camisete, levei meu blusão de “jeans” e saí da caserna em direcção à Porta da Armas.
Quando cheguei em casa encontrei a Sónia sentada a comer. Estava sentada num dos bidons que nos serviam de cadeira, a panela no seu regaço. O lenço amarrado severamente na cabeça deixava as suas rechochundas bochechas sobressairem naquela sua carinha redonda e triste.
A Micha estava por ali a esgaravatar a terra, e sujar-se. Quando ela (a Sónia) me viu, deixou de mastigar e acompanhou-me com os olhos até eu entrar dentro do “gone” onde fui deixar o sacudu. Sei lá que tipo de pensamento ia naquela cabeça dura, mas em compensação não sabia nada dos meus planos diabólicos.
Depois de deixar o sacudu, tirei a minha Walther da anca esquerda, tirei o carregador e confirmei as seis balas. As duas restantes ficaram no corpo do ladrão que tentou saltar o muro da casa do ricaço nosso vizinho, o senhor Wamba, que trabalhava como motorista na UNICEF. Ninguém sabe até hoje quem atirou sobre o gajo, nem a Sónia.
Parei na umbreira da porta e chamei-a para entrar. Só fazia isto quando acabava de receber. E acho que passou pela cabeça dela, mas descartou porque era dia 12 de Abril, e eu recebia entre os dias 18 e 22, dependendo do dia que o pagador quisesse, no meio desses dias.
Ela veio e entrou. Eu já estava sentado na cama, e a arma estava bem dissimulada debaixo da almofada. Quando entrou, procurou pela arma nas minhas mãos, na anca e sobre a cama, mas debalde. Aliás, eu sabia que ela ia procurar por ela.
Lembrei-me duma situação idêntica, quando eu e o Marvelino Mapina fomos assaltar a loja do Magaúle na zona de Matalane.
Levamos as nossas armas lá para as 18, e saímos do nosso quartel de Bobole. Era uma sexta, e no dia seguinte teríamos uma dispensa, mas estávamos sem cheta. Então decidimos matrecar alguns civis, e o Magaúle era o alvo perfeito. Afinal, depois das 18, toda a gente daquela aldeiazinha refugiava-se na “palaca”, ou na Quinta Floresta, ou no Centro de Treino da Polícia.
O que nos inquietava, é que se encontrássemos alguém, não podíamos disparar, pois é muito perto do Centro de Treino da Polícia, uns mil e quinhentos metros, mazomenos. E se não podíamos disparar éramos alvos fáceis, se por acaso outras pessoas tivessem tido a mesma ideia (os B.A.´s, neste caso).
Levamos umas granadas para o caso de nos cruzarmos com os gajos no caminho. O nosso quartel ficava em Bobole. Caminhamos pela margem do poente da EN1, até chegarmos sem encontrarmos vivalma, a não ser alguns fantasmas e mochos cobardes. Mandamos lixar. Aliás, nos treinos já tinham nos dito que nós já éramos cadáveres, só faltava mesmo a confirmação da data do enterro.
Chegamos na loja, e tudo correu lindamente. Enchemos os sacudus de “nkonho”, e saímos sem disparar nada. Beleza!
Beleza?
Um tipo do Centro de Matalane aparece-nos a frente a apontar-nos uma AKM. Poxa! Depois de termos feito o job todo?
Olhei para o gajo. O luar esbranquiçava o cenário, e as sombras sinistras pintavam de preto as bermas, abraçando vampirescamente as formas donde saíam. Estudei a arma do gajo, e descobri que o tipo tinha a segurança da arma fechada. Suspirei. O gajo queria nos levar até ao Centro, e logo tornar-se num herói. A dama do gajo estava a tremer de medo por causa da tensão que rodopiava no ar.
Eu disse ao gajo que aquilo podia terminar de duas formas: ou ele deixa-nos ir e ele continuava a namorar, ou então ele e a namorada ficavam ali para sempre. O tipo disse que nós (ele dissera, “Vocês os comandús”), tínhamos a mania de que somos invencíveis.
Eu já estava tenso, e, mamparra do gajo, nem notava que a arma dele tinha a segurança fechada. Em tempo de guerra, e com arma na mão, a segurança deve estar sempre on. Quando ele viu que eu estava a levantar a minha arma, correu o polegar para a segurança, mas já era tarde.
A bala perfurou-o bem no meio do nariz. O tiro fez a dama do gajo gritar, e virei a arma para ela e atingi-a no peito. Ela morreu com duas balas, pois o Marvelino já tinha atingido a cabeça dela. O que nos fez demorar, e o que mais tarde descobrimos que foi nossa estupidez, foi o facto de termos tido a ideia de meter os corpos no poço.
Para quê? Se ninguém nos viu?
Agora velocidade!
Corremos mato adentro, sabendo que os nossos três tiros foram alerta para os dois quartéis da polícia, e nós estávamos entre os dois, embora a Quinta Floresta ficasse para além da EN1, mas o gajos podiam muito bem nos cortar a retirada.
A nossa guerra era atravessar a picada que partia da EN1 até ao Centro de Treino antes de os do Centro saírem. Estávamos muito atrasados! Eles ficavam com uma secção de prontidão na porta, e esta já tinha saído para tomar conta da situação.
Escondemo-nos numa moita e tiramos as granadas, sem contudo tirar a espoleta. Aguardamos. Os gajos foram directamente para lá onde houve tiroteio, e nos deixaram o caminho livre.
Bazamos na boa até no quartel.
No dia seguinte uma forte delegação de polícias entrou no quartel. A bomba tinha rebentado. Os gajos viram pelas pegadas que eram Comandos, afinal, antes de estarmos em Bobole, o nosso quartel era ali mesmo!
O nosso comandante (que esqueço o nome, mas que chamávamos de “Terapia”, por confundir Carrapinha e Terapia). Ele dizia, quando chamava um gajo despenteado: “Hey, você deixa tua terapia assim sem pentear, qual teu problema?” O gajo defendia com unhas e garras os seus elementos. Ele disse aos polícias que se fossem gajos dali, então ele resolveria internamente com os seus homens. Se eles não estivessem satisfeitos, então deviam dizer ao Coronel Manuel António, Ministro deles, que… Qual era mesmo o nome daquele malandro, pa! Hummmmmmmmmmmmm… Poxa, esqueci-me, mesmo. Yeah, ele disse que podia dizer ao Ministro que ele (citando o seu nome), é que negou para levarem os seus homens para a cidade.
Parecia o fim do caso, mas não.
E como sabia que aquilo não terminou, não largava a minha Walther de qualquer maneira. Seja no banho no riacho, seja em casa da “mbuya”, seja onde ia, estava ela comigo.
Dois dias depois, aconteceu uma situação como esta que tenho com a Sónia. Eu estava sentado na tenda, na minha beliche, e eis que Mwamilibindji entra! Yeah, o nome do gajo era Mwamilibindji… Hahahahahahahahahahahaha… Quem não ia esquecer um nome destes pa? Mwamilibindji! Parecia nome de um pássaro colorido. Vejam aí um mwamilibindji! Traga a fisga pa! Hahahahahahahahahahahaha…
Como dizia, dois dias depois, o gajo entra na minha tenda. A primeira coisa que procurou foi a existência ou não de uma arma, pois tenho a certeza que gajos da Contra Inteligência Interna já tinham alertado o gajo que eu andava sempre com uma pistola. O gajo entrou e certificou-se que não havia arma nenhuma.
Ele começou a me mostrar que sabia que era eu e o Marvelino que fomos matar aquele polícia, e que na sua unidade não queria indisciplinados. Então ele não me queria mandar para uma força regular porque isso era favor (como se o fosse), então queria resolver o caso ali e agora. Eu também já tinha estudado o gajo, e vira que a pistolinha dele estava no coldre, e este estava aberto. O martelo da arma estava baixo. Menos perigo. Calculei que eu seria o mais rápido a sacar em caso de uma possível ameaça.
Esta não demorou a chegar. O gajo levantou-se e correu a mão para o coldre para tirar a arma. Eu estava sentado sobre a minha Walther, e saquei-a, puxando o martelo para trás, apontado bem no meio da cabeça do gajo. O gajo começou a gargalhar, deu-me costas saindo da minha tenda. Nunca mais se falou desse incidente!
Agora a situação estava ali a se repetir! Eu sentado na cama com uma arma pronta a ser usada. Mas que ameaça vinha da Sónia?
Será que matando a ela, a Micha e depois a mim resolveria o problema? Claro que resolve! Desaparecemos e ninguém fala com ninguém. Prontos!
Movimentei a mão para debaixo da almofada, peguei na coronha da Walther que já estava a esfriar; puxei o martelo com cuidado, já que a minha arma sempre anda alimentada. Adeus mundo cruel…
Comentário: Algo bem pensado para estudado!
Eu não escrevi um conto de amor, mas sim um conto melancólico, e o resultado é mesmo a melancolia. Este conto termina aí, e não há nada a acrescentar. Escrevi para mostrar a difícil adaptação que os soldados da guerra dos 16 anos tiveram, uma vez que dezasseis, dez, ou cinco anos no mato, a combater, não é nenhuma brincadeira. Ganha-se novos hábitos, novos valores e novas formas de encarar o mundo que são diferentes da vida social cá fora. Portanto, falo aqui da socialização dos soldados da guerra dos 16 anos. Eu escrevo contos assim: tristes, melancólicos e dolorosos. É o meu estilo.
Acho que quem entendeu este conto foi somente o Arnaldo Cruz. Eu não escrevi um conto de amor, mas sim um conto melancólico, e o resultado é mesmo a melancolia. Este conto termina aí, e não há nada a acrescentar. Escrevi para mostrar a difícil adaptação que os soldados da guerra dos 16 anos tiveram, uma vez que dezasseis, dez, ou cinco anos no mato, a combater, não é nenhuma brincadeira. Ganha-se novos hábitos, novos valores e novas formas de encarar o mundo que são diferentes da vida social cá fora. Portanto, falo aqui da socialização dos soldados da guerra dos 16 anos. Eu escrevo contos assim: tristes, melancólicos e dolorosos. É o meu estilo.
Uma estória (conto) de suicidio familiar colectivo!… de um militar, que como muitos na vida real não conseguem viver em tempo de paz, principalmente porque foram desde muito novos treinados para a guerra real e nunca para a “guerra” social para a qual foram empurrados uma vez terminada a primeira. muito bem escrito!…
Tem um final, maningue off!
Terminem
boa historia mas nao terminou bem,a morte nao resolve problema nenhum
pxa pha, k maldade!!!!
mal escrito…