Organizações de defesa dos direitos humanos pediram ontem (16), à ‘rapper’ norte-americana Nicki Minaj para cancelar a sua presença num concerto em Angola, defendendo que a actuação será encarada como um sinal de aprovação do regime angolano.
Nicki Minaj, é o principal nome do cartaz de um concerto de Natal que vai decorrer no sábado (dia 19) no Estádio dos Coqueiros, em Luanda. O concerto é produzido pela empresa privada de telecomunicações Unitel, detida em parte por Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder há 36 anos.
Em 2013, a cantora norte-americana Mariah Carey também foi alvo de críticas por ter actuado para o chefe de Estado angolano.
“Nicki Minaj está a seguir os passos de Mariah Carey, ao aceitar insensivelmente dinheiro de um ditador (…) que tem sufocado a liberdade de expressão de forma eficaz e implacável“, afirmou Jeffery Smith, da organização Robert F. Kennedy Human Rights.
“Esta repressão persistente sobre os direitos humanos básicos em Angola tem atingido ativistas, membros da oposição, jornalistas e até músicos“, reforçou Jeffery Smith.
Também para a organização Human Rights Foundation, Nicki Minaj, “uma artista de nível global”, não deve comparecer no concerto. “Não há nenhuma boa razão para ela fazer negócios com a ditadura corrupta de Angola e apoiar uma empresa da família [dos Santos]“, defendeu o presidente da Human Rights Foundation, Thor Halvorssen.
A ‘rapper’ surgiu num vídeo da Unitel divulgado na rede social Facebook para promover o concerto. Num comunicado disponibilizado na página na Internet da embaixada de Angola em Portugal, uma fonte da Unitel afirmou que a cantora norte-americana é um dos símbolos da música ‘rap’ e da emancipação feminina neste tipo de música.
O convite à cantora, segundo destacou a mesma fonte, demonstra o compromisso da Unitel de colocar o país na rota dos grandes espectáculos de reconhecimento internacional.
Angola celebrou em Novembro último, os 40 anos de Independência, com José Eduardo dos Santos, de 73 anos, a prometer progresso para o país, mas os críticos do regime de Luanda acusam o Presidente de governar o país através do medo e da repressão.
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