O hipotireoidismo, uma condição em que a glândula tiroide não produz hormonas suficientes, pode ser especialmente preocupante durante a gravidez, já que essas hormonas são cruciais para o desenvolvimento do bebé e para a saúde da mãe. Neste post, vamos discutir em detalhes os riscos associados ao hipotireoidismo na gravidez, tanto para a mãe quanto para o bebé, e como essa condição pode ser gerida para minimizar complicações.
O que é o hipotireoidismo?
O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tiroide, localizada no pescoço, não consegue produzir quantidades adequadas de hormonas tiroideias, principalmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Essas hormonas são essenciais para o metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo.
Durante a gravidez, os níveis de hormonas tiroideias da mãe são ainda mais importantes, pois nos primeiros meses o feto depende exclusivamente da produção materna até que sua própria tiroide comece a funcionar, por volta da 12ª semana de gestação.
Quais são os riscos para a mãe?
O hipotireoidismo não tratado pode trazer vários riscos para a saúde da grávida, incluindo:
1. Pré-eclâmpsia
Mulheres com hipotireoidismo têm um risco aumentado de desenvolver pré-eclâmpsia, uma condição perigosa que causa pressão arterial elevada e pode levar a complicações graves, como convulsões, danos a órgãos vitais ou parto prematuro.
2. Anemia
A falta de hormonas tiroideias pode afetar a produção de glóbulos vermelhos, aumentando o risco de anemia, que pode causar cansaço extremo e problemas para o transporte de oxigénio para o feto.
3. Abortos espontâneos
Mulheres com hipotireoidismo mal controlado estão mais propensas a sofrer abortos espontâneos, especialmente nos primeiros meses de gestação.
4. Diminuição da função cardíaca
A falta de hormonas tiroideias pode reduzir a função cardíaca, causando fadiga e outros problemas relacionados ao coração, o que pode dificultar a capacidade da mãe em suportar o aumento de demandas metabólicas da gravidez.
Quais são os riscos para o bebé?
O feto também pode ser afetado pelo hipotireoidismo materno, especialmente se não for diagnosticado e tratado de forma adequada. Os principais riscos incluem:
1. Atraso no desenvolvimento neurológico
As hormonas tiroideias são essenciais para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso central do bebé. Níveis insuficientes podem causar atrasos no desenvolvimento cognitivo, dificuldades de aprendizagem ou, em casos graves, cretinismo (deficiência mental e física grave).
2. Parto prematuro
O hipotireoidismo aumenta o risco de parto prematuro, o que pode resultar em complicações para o bebé, como dificuldades respiratórias e outros problemas de saúde.
3. Baixo peso ao nascer
Bebés de mães com hipotireoidismo mal controlado têm maior probabilidade de nascer com baixo peso, o que pode aumentar o risco de complicações neonatais.
Diagnóstico e tratamento do hipotireoidismo na gravidez
O diagnóstico é feito através de exames de sangue que medem os níveis de TSH (hormona estimulante da tiroide) e de hormonas tiroideias (T3 e T4). Se for diagnosticado, o tratamento envolve o uso de levotiroxina, uma hormona sintética que substitui a deficiência natural da tiroide. O acompanhamento médico é fundamental para ajustar a dose ao longo da gravidez, garantindo que tanto a mãe quanto o bebé recebam os níveis adequados de hormonas tiroideias.
O hipotireoidismo na gravidez pode, de facto, constituir um risco para a saúde da mãe e do bebé, mas com um diagnóstico precoce e tratamento adequado, esses riscos podem ser significativamente minimizados. Consultar um médico para o acompanhamento regular dos níveis hormonais e aderir ao tratamento prescrito são fundamentais para garantir uma gravidez segura e o desenvolvimento saudável do bebé.